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Publicado na Segunda, 05 de janeiro de 2015, 11h12
Recursos oriundos de boom imobiliário ficam presos nos bancos

A venda de títulos imobiliários ao mercado já rendeu à Prefeitura uma arrecadação de R$ 5,6 bilhões em quase 20 anos. Os recursos, no entanto, ainda não foram totalmente transformados em melhorias para a cidade. De lá pra cá, só 60% dessa verba foi de fato investida em novas políticas públicas ou equipamentos sociais. O saldo restante, de R$ 2,2 bilhões - em valores não corrigidos -, permanece aplicado pelo Município em fundos bancários, sem data para utilização.

 

Os Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) são utilizados pelo Município para atrair a participação da iniciativa privada em projetos de revitalização urbanística, chamados de operações urbanas. A partir deles, o mercado imobiliário pode construir empreendimentos acima do permitido pelo zoneamento local. E a administração só pode empregar os recursos arrecadados no perímetro da intervenção.

 

As dezenas de torres residenciais de alto padrão construídas ao longo da Avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul, servem de exemplo. Localizadas no perímetro da Operação Urbana Água Espraiada, nome antigo da via, elas foram viabilizadas a partir da compra de Cepacs. No cruzamento com a Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, as habitações sociais erguidas no Jardim Edite também são fruto dos títulos - as obras são parte da lista de contrapartidas definidas para o território.

 

Terceira a ser lançada, a Operação Água Espraiada é a mais lucrativa. Com ela, arrecadou-se 3,5 bilhões em leilões de Cepacs. Metade desse montante foi investida na região, que recebeu, por exemplo, a Ponte Octavio Frias de Oliveira (conhecida como Estaiada).

 

Apesar dos avanços, nem todas as obras previstas saíram do papel. Falta realizar algumas das principais intervenções planejadas, como o túnel que ligaria a Marginal do Pinheiros à Rodovia dos Imigrantes, a extensão da Avenida Doutor Chucri Zaidan e o parque linear previsto para o bairro do Jabaquara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.