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Publicado na Quarta, 13 de maio de 2015, 14h08
Fundo permite investir em imóveis nos EUA

MIAMI* - Depois de passar por um boom até o início de 2013, os últimos anos foram complicados para os fundos imobiliários brasileiros. Na esteira da desaceleração do mercado de imóveis, estes fundos também viram suas cotas perderem valor na Bovespa e muitos investidores assustados decidiram abandonar o barco. Como alternativa para o atual momento conturbado no Brasil, a gestora TRX decidiu expandir seu negócio e criar a TRX Investiments, seu braço para atuação no mercado norte-americano.

Em sua sede em Miami, Flórida, a companhia realizou o TRX Day para apresentar seu novo fundo. Ele já está em fase de captação e pretende arrecadar US$ 100 milhões, com investimento mínimo de US$ 300 mil, mas que na expectativa da gestora deve chegar a aportes entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão. O fundo será sediado nas Ilhas Cayman e terá duração de cinco anos.

O foco são investidores de private banking e gestoras de patrimônio, sendo que os recursos serão direcionados de maneira equilibrada para quatro segmentos: "self storage" (armazenamento de móveis e mercadorias), galpões modulares, prédios comerciais e imóveis residenciais. Por conta disso, serão criadas quatro holdings, com o direito para o investidor podendo optar por apenas um dos negócios, que neste caso terá ticket mínimo entre US$ 5 milhões e US$ 10 milhões.

Criada em 2007 de uma joint venture entre uma gestora de recursos e uma incorporadora e construtora, atualmente a TRX possui R$ 4,7 bilhões em ativos sob gestão com cerca de 14 mil investidores, o que torna a empresa um dos três maiores players do Brasil.

Scott Pryce, sócio fundador e CEO da TRX USA, explicou que atualmente o mercado brasileiro pode ter oportunidades, já que muitos ativos estão com preço mais baixo. Por outro lado, para quem busca tranquilidade e estabilidade, segundo ele, a melhor escolha está nos EUA. Entre as vantagens do mercado americano listadas por Pryce estão o fato de ser um ambiente mais maduro de negócios, com mais tempo e melhor regulamentação. Além disso, ele destaca a maior transparência do mercado nos EUA, que apesar de diminuir a rentabilidade do negócio, também reduz bastante o risco.

Para quem se preocupa com o alto valor de tributação para investidores estrangeiros nos EUA, Pryce explica que da forma como estão sendo estruturados, os fundos da TRX reduzem boa parte deste custo. Segundo ele, dos 35% totais de impostos que caem sobre o investidor, neste negócio as taxas chegam a ficar entre 22% e 24%. O retorno projetado pela companhia é de 13,8% ao ano, já livre de impostos e taxas de administração.

Segundo o CEO da TRX, Luiz Augusto do Amaral, a nova filial em Miami será uma "cópia" do escritório brasileiro, com um ambiente igual e com conexão direta para que a qualquer momento seja possível que os executivos conversem estando no Brasil ou nos EUA. "Tudo isso para criarmos um ambiente que não seja estranho para o investidor brasileiro que já está acostumado a investir lá, agora também invista aqui [nos EUA] com a mesma tranquilidade", explica Luiz.

Entre os executivos que participaram do evento estavam representantes de grandes bancos nacionais, como o Bradesco, e internacionais, caso do Bank of America Merrill Lynch. "Quando tivemos a ideia de realizar o evento nos EUA, apesar da empolgação, tivemos dúvida sobre a quantidade de pessoas iriam comparecer ", explica o cofundador, sócio e vice-presidente da TRX, José Alves Neto. "Esperávamos cerca de 20 a 30 pessoas, mas o sucesso foi tanto que no fim estiveram presentes 100 convidados, com a presença de grandes players do mercado", afirma.

* O jornalista viajou a convite da TRX